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Em primeira final, Tite pode quebrar "maldição" dos técnicos gaúchos no Flamengo; entenda

Maior treinador da história rubro-negra, Claudio Coutinho, nasceu no Rio Grande do Sul; Carpegiani, seu conterrâneo, foi campeão do mundo, mas sofreu nas últimas duas passagens

Publicada em 06/04/24 às 11:11h - 40 visualizações

Fred Gomes e Thiago Lima


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Em primeira final, Tite pode quebrar
 (Foto: Reprodução: Divulgação)

Em alta pela ótima temporada até aqui, Tite pode quebrar neste domingo a "maldição" e se tornar o primeiro treinador gaúcho a ser campeão pelo Flamengo em mais de 40 anos. Nascido em Erechim-RS, Paulo César Carpegiani foi o último, lá em 1982. Naquele ano, conduziu o Rubro-Negro à conquista do bicampeonato brasileiro curiosamente em Porto Alegre, com vitória por 1 a 0 sobre o Grêmio.

As aspas colocadas entre a palavra maldição são mais do que justas até porque o maior treinador da história do FlamengoClaudio Coutinho, é gaúcho de Dom Pedrito. O próprio Carpegiani, antes do bi nacional, já havia comandado o Rubro-Negro nas conquistas do Carioca, da Libertadores e do Mundial, todas em 1981. A base dessa equipe antológica fora montada por Coutinho, entre 1978 e 1980.

O início dos fracassos de gaúchos


Em outubro de 1989, quatro meses após conquistar o Carioca que tirou o Botafogo da fila de 21 anos sem títulos, o porto-alegrense Valdir Espinosa chegava à Gávea. Embora não tenha conseguido levar o Flamengo à final do Brasileiro, foi o comandante de duas partidas históricas daquela competição: os 2 a 0 sobre o Vasco, com gols de Bujica no primeiro jogo de Bebeto contra o Rubro-Negro; e os 5 a 0 sobre o Fluminense, na despedida de Zico, que marcou um de falta.

Em 1990, o time começou mal o Carioca e perdeu para todos os arquirrivais. A última derrota, um 2 a 0 para o Botafogo em 28 de abril, custou o cargo. Apesar da crise de resultados, Espinosa era muito querido pelo grupo. O ídolo Júnior, que nos dois anos seguintes se tornaria o Maestro das conquistas do Carioca e do Brasileiro, revoltou-se com a demissão e chegou a cogitar a aposentadoria. Foram 16 vitórias, 11 empates e 10 derrotas sob o comando do treinador, mas nenhum título.

Em 2006, Espinosa voltou ao clube, dirigiu o Flamengo em nove jogos, com três derrotas, quatro empates e apenas duas vitórias. A passagem não durou nem dois meses.

Valdir Espinosa chorou ao ser demitido pelo Flamengo — Foto: Acervo O Globo
Valdir Espinosa chorou ao ser demitido pelo Flamengo — Foto: Acervo O Globo


As voltas de Carpegiani sem sucesso


Ídolo do clube pelo grande futebol apresentado enquanto volante e também devido aos históricos títulos como treinador nos anos 80, Carpegiani voltou ao Flamengo pela primeira vez em 2000. Foi eliminado na primeira fase do Rio São-Paulo, fez campanha irregular no primeiro turno do Carioca e se despediu com uma goleada por 5 a 1 para o Vasco, que ficou conhecido como o Chocolate da Páscoa e garantiu a Taça Guanabara ao arquirrival. Foram 13 vitórias, cinco empates e quatro derrotas.


Em 2018, após a saída do colombiano Reinaldo Rueda, Carpegiani, que era cotado para ser coordenador do clube, acabou assumindo o cargo de treinador. Em sua apresentação, disse que poderia participar do processo de escolha de seu sucessor. Não aconteceu.

Depois de 17 jogos, acabou demitido juntamente com o executivo Rodrigo Caetano. Uma derrota por 1 a 0 para o Botafogo, que contou com provocação do "cheirinho" por parte do alvinegro Luiz Fernando, foi a gota d'água. No mesmo campeonato, o Flamengo já perdera por 4 a 0 para o Fluminense, que tinha o hoje rubro-negro Pedro, um dos autores dos gols. Foram 11 vitórias, três empates e três derrotas na última passagem do técnico.

Derrota por 1 a 0 para o Botafogo em 28 de março de 2018 custou o emprego de Carpegiani — Foto: André Durão
Derrota por 1 a 0 para o Botafogo em 28 de março de 2018 custou o emprego de Carpegiani — Foto: André Durão


Celso Roth e Mano deixam Fla sem deixar saudades


Em 2005, o Flamengo, afundado em profunda crise de resultados, trocou o estilo ofensivo de Cuca pela retranca e o "futebol-força" de Celso Roth, nascido em Porto Alegre. Como era de se esperar, não deu certo. O elenco era limitado, mas a falta de conexão entre o profissional a história do clube era gritante.

O rendimento ofensivo foi pífio, com apenas 22 gols em 20 jogos, mas nem a defesa, prioridade máxima de Roth, foi bem. Foi vazado 29 vezes e levou de quatro em três oportunidades: 4 a 2 para o Corinthians em São Paulo e duas derrotas por 4 a 3 na Ilha do Governador, contra Brasiliense e Juventude.

Curiosamente, após a demissão, ocorrida no dia seguinte à derrota por 2 a 0 para o Goiás, o Flamengo tinha Tite como um dos possíveis substitutos. Optou pelo interino Andrade, mas foi Joel Santana quem salvou o clube do rebaixamento.

Tite era um dos possíveis substitutos de Celso Roth, que foi mal demais no Flamengo — Foto: Acervo O Globo
Tite era um dos possíveis substitutos de Celso Roth, que foi mal demais no Flamengo — Foto: Acervo O Globo

Mano Menezes, natural de Passo do Sobrado-RS, virou desafeto da torcida do Flamengo ao abandonar o barco num momento em que o time não ia bem, mas também estava longe de seus piores dias. E o pedido de demissão veio um dia após ele afirmar que "as coisas vinham acontecendo da maneira que ele esperava".

Onze dias antes de anunciar sua decisão, o Rubro-Negro conquistara uma épica vitória sobre o Cruzeiro, nas oitavas de final da Copa do Brasil, competição que o clube venceria em novembro do mesmo ano. Com Mano, foram 22 jogos, nove vitórias, seis empates e sete derrotas.

Renato perde a Libertadores e dá vexame na Copa do Brasil


Um dos maiores jogadores da história do Flamengo e ídolo ainda de grande parte da torcida, Renato Gaúcho, natural de Guaporé, realizou o sonho de treinar um dos clubes que tem no coração em 2021. E o início parecia muito promissor. Goleou vários adversários de peso, passou pelo mata-mata da Libertadores com enorme facilidade e chegou à semifinal da Copa do Brasil após massacrar o Grêmio na fase anterior, com 4 a 0 no Sul e 2 a 0 no Rio.


Renato Gaúcho Flamengo — Foto: Alexandre Vidal / Flamengo
Renato Gaúcho Flamengo — Foto: Alexandre Vidal / Flamengo

O que parecia sólido começou a ruir na semifinal da Copa do Brasil. Com uma escalação infeliz, levou 3 a 0 do Athletico-PR, time que finalizou apenas quatro vezes. O que estava estremecido desmoronou de vez na decisão da Libertadores. Renato já não tinha mais chances no Brasileiro e, em jogo equilibrado com o Palmeiras, segurou Pedro no banco e optou pelo contestado Kenedy na prorrogação. O adversário venceu por 2 a 1, e Renato saiu dias depois.

Os resultados ruins nas partidas decisivas acabaram ofuscando o aproveitamento de 72%, com 87 gols marcados, 24 vitórias, oito empates e cinco derrotas. Na semana da final da Libertadores, o fato de Renato não ter dado um treinamento e de ter sofrido um empate em jogo que parecia ganho contra o Grêmio também pesaram para a ruptura.

Tite


Campeão de tudo quando o assunto é título por clubes, Tite sabe que o Campeonato Carioca é pouco perto das expectativas dos rubro-negros para 2024, mas a iminente conquista pode representar o início de um ciclo virtuoso. Além disso, o gaúcho de Caxias do Sul pode isolar o Flamengo como clube que mais vezes conquistou a competição de forma invicta. No momento, o Rubro-Negro, com seis títulos sem derrotas, divide a liderança do quesito com o Vasco.

Tite em Flamengo x Madureira — Foto: André Durão / ge
Tite em Flamengo x Madureira — Foto: André Durão / ge


Fonte: https://ge.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/2024/04/06/em-primeira-final-tite-pode-quebrar-maldicao-dos-tecnicos-gauchos-no-flamengo-entenda.ghtml



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