Os primeiros momentos de Endrick ao levantar seu último troféu com a camisa do Palmeiras antes de se transferir para o Real Madrid foram recheados de emoção, num clima de despedida no gramado do Allianz Parque, neste domingo.
O atacante do Verdão praticamente não conseguiu andar em paz depois que o clube liberou a entrada de torcedores e familiares no gramado, minutos depois da vitória por 2 a 0 sobre o Santos. A cada passo, crianças e adultos paravam o jogador para uma foto ou autógrafo.
Onde ele ia, lá estavam os os pais, Cintia e Douglas Ramos. A emoção deles era visível. A mãe, inclusive, chorou muito e teve dificuldades em falar sobre o momento que o filho tem vivido.
– Só tenho a agradecer. Muita gratidão. Viver esse momento agora aqui... Acho que eu nunca esperei e tive tanta ansiedade por um jogo como o de hoje. A gente ter ganhado o título e estar levando ele para nova casa também. Saber que a gente vai embora, deixar nossa torcida alviverde aqui. Mas a gente agradece muito o Palmeiras por ter aberto as portas, ter nos acolhido. Se a gente um dia puder voltar, que as portas estejam abertas – afirmou Cintia.
A emoção da mãe do garoto de 17 anos se justificava pelas recordações que vinham à mente, principalmente a das dificuldades que eles tiveram para chegar nesse momento de glória de Endrick. Segundo ela, aos 12 anos ele quase sucumbiu.
– A gente sabe que a vida dele é rodeada de muitas coisas. Quando viemos para São Paulo ele tinha esse sonho e falamos para ele focar. Um dia com 12 anos ele tinha que treinar e ele reclamou. O pai dele falou: "Você veio aqui para isso. Você não tem final de semana, não tem feriado, não tem Natal. Mas se você quiser voltar (para Brasília) a gente volta. Se não quiser ir adiante você para". Desse tempo para cá ele sempre perseverou e buscou o sonho dele. Chegar aqui e ver tudo isso é gratificante. A gente fala que tem que seguir o sonho dele – completou Cintia.
Endrick entende a sua importância para os fãs. Tanto que ele fez questão de atender a todos e acabou sendo um dos últimos a deixar o gramado do Allianz Parque rumo aos vestiários.
– Cara, não vou mentir, isso é bom, só de ver as criancinhas pedindo para tirar foto comigo é um sentimento de dever cumprido. Eu não vou conquistar o coração de todos os brasileiros, mas quero conquistar o coração de todas as criancinhas e elas olharem que se eu consegui estar aqui, elas também conseguem – afirmou Endrick.
– Sei que não serei ídolo de todo mundo, mas se puder ser o filho de cada um de vocês aqui seria maravilhoso, fazer de tudo para que seja da melhor forma possível para ser um ídolo para eles com coração bom, de mentalidade boa e um homem de caráter que minha mãe criou – acrescentou.
Endrick vai se transferir em julho para o Real Madrid. Até lá, ele seguirá ajudando o Palmeiras na Libertadores, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. O que fica no último título é a gratidão e a certeza de que terminou da melhor forma.
– O Palmeiras foi o time que confiou em mim quando não tinha nada. O Palmeiras é o time do meu coração e preciso retribuir de alguma forma. Esse título é para todo mundo no Palmeiras, todos os funcionários e toda a torcida.
Fonte: https://ge.globo.com/futebol/times/palmeiras/noticia/2024/04/08/noite-de-celebridade-e-choro-da-mae-como-endrick-viveu-ultimo-titulo-antes-de-adeus-ao-palmeiras.ghtml